Na língua portuguesa, a palavra remediação significa “ato ou efeito de remediar” no contexto de solos contaminados, a palavra remediação possui um conceito ecológico, voltado ao meio ambiente, podendo ser definido segundo o dicionário da língua portuguesa como sendo o: “Conjunto de técnicas para anular os efeitos nocivos de elementos tóxicos ou contaminantes no meio ambiente”. A remediação é o processo de retorno da funcionalidade de solo, água e ar. (Zabbey,al.,2017).
Assim dentre as inúmeras tecnologias utilizadas para remediação do solo, ressalta-se biorremediação, sendo esta uma opção para promover a despoluição e a descontaminação dos locais ou a remoção de elementos contaminantes do solo. O método de biorremediação consiste na utilização de processo ou atividade biológica por meio de organismos vivos, sejam microrganismos que possuam a capacidade de modificar ou decompor transformando-os em substâncias menos poluentes, tóxicas ou inertes
(Journal of Agronomic Sciences,Umuarama,v.7, n. especial, p.75-86, 2018).
A biorremediação abrange a utilização de microrganismos, de ocorrência natural (nativos) ou cultivada, para degradar ou imobilizar contaminantes em águas subterrâneas e em solos. Diante disso, geralmente, são utilizados bactérias, fungos filamentosos e leveduras. Destes, as bactérias são as mais aplicadas, deste modo, são consideradas fundamentais em trabalhos que envolvem a biodegradação de contaminantes (Andrade,2010).
Essa técnica vem sendo utilizada há anos em vários países e, em diversas situações, apresenta baixo custo e elevada eficiência na remoção dos agentes poluentes do solo do que os métodos físicos e químicos, sendo atualmente utilizada no tratamento de diversos resíduos e na remediação de áreas degradadas (Nitisakulkan et al., 2014)
O Processo de Biorremediação Acelerada por Bioaumentação de Microrganismos Autóctones (BABMA), proposto pela DHX do BRASIL, é uma das abordagens biotecnológicas mais promissoras para transformar produtos químicos perigosos em substâncias menos poluentes ou não poluentes. Utiliza microrganismos participantes da microbiota do próprio nicho ecológico poluído (autoctones), para degradar compostos orgânicos ou químicos tóxicos, com objetivo de recuperar e manter o equilíbrio bioquímico do ecossistema de áreas contaminadas. (Megharaj et al., 2011)
Trata-se de um processo natural e específico, que resulta na total degradação de poluentes e contaminantes presentes no efluente de um processo industrial, comercial ou habitacional, como também, de agentes contaminantes específicos presentes no solo ou em águas superficiais ou subterrâneas. Alguns autores se referem a biorremediação como: Biotecnologia Ambiental, principalmente por usar, de forma controlada, consórcios microbianos que ocorrem normalmente na natureza para degradar poluentes. (Brasil, 2017)
Especificamente, a BABMA é baseada em um fenômeno da Biologia Molecular, chamado “Proteína do Choque Térmico” (PCT), que é resumida na presença de um segmento no código genético do DNA cromossômico, presente em alguns microrganismos, que codifica a expressão intensificada de uma proteína específica (enzima) na parede externa da célula microbiana, sempre na ocorrência de temperatura elevada (Figuras 1 e 2). O mesmo fenômeno ocorre, também, no meio ambiente quando uma comunidade microbiana é exposta a compostos tóxicos, e somente alguns microrganismos expressam habilidade para sobreviver, pois são portadores de gene da família dos “pct”, que codificam produção intensificada de proteínas “protetoras”. Assim, alguns microrganismos se mantêm no meio ambiente poluído, porém em vida latente.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]